terça-feira, 5 de outubro de 2010

Castlevania: Lords of Shadow


Com quase 25 anos de existência, "Castlevania" é uma das franquias mais tradicionais dos videogames. Sua origem remete a 1986, quando o primeiro game foi lançado para o Famicom (como se chama o NES no Japão) em 26 de setembro de 1986, e depois foi convertido para várias plataformas. Tendo como tema o horror gótico, a franquia mudou de estilo ao longo dos anos: a transformação que mais deu popularidade à série iniciou-se com "Symphony of the Night", introduzindo a fase "metroidvania", com fórmula inspirada em um clássico da Nintendo, "Metroid".

"Castlevania: Lords of Shadow" retoma elementos dos primeiro game, com gráficos e uma visão de mundo mais sérios, mas é um game que levanta muitas questões. Afinal, quais características definem um "Castlevania"? Basta ter o nome da série no título ou um personagem chamado Belmont? Possuir elementos de horror e inimigos como lobisomens e vampiros? "Lords of Shadow" se inspira claramente em games diversos como "God of War" (é a referência mais óbvia), "Uncharted", "Shadow of the Colossus" e até "Resident Evil", mas a ligação com outros "Castlevania" é, no máximo, sutil.

Deixando essas questões gamer-filosóficas de lado, e se o que importa é a qualidade da obra, então, nesse quesito, "Lords of Shadow" é de fato um jogão. Não apenas em termos de tecnologia e arte, mas também de volume de conteúdo: é um título de ação e plataforma em 3D bem extenso (e intenso em vários momentos), com 15 a 20 horas de aventura sem replay (existem desafios complementares e itens escondidos que convidam novas visitas às fases, o que eleva ainda mais a vida útil do game).


Um dos aspectos que mais chama a atenção são os combates, que emula o estilo de "God of War". Gabriel Belmont, o protagonista deste "Castlevania", manipula um chicote de um jeito similar às Blades of Fury do espartano Kratos, e enfrenta horríveis criaturas com violência. Mas a brutalidade é bem mais leve que a do game com o deus da guerra: aliás, a Mercury Steam, estúdio espanhol que fez o game, até se conteve para um título não recomendado para menores de 17 anos nos Estados Unidos (talvez tenha sido ajustado para que, no Japão, não receba o temido selo Z, para maiores de 18 anos).

Existe um equilíbrio bom entre o dinamismo e a estratégia nos combates de "Lords of Shadow": nas dificuldades mais elevadas, não adianta amassar botões, principalmente quando aparecem inimigos maiores, que não são atordoados por golpes mais fracos, típicos de ataques de cobertura ampla (os pequenininhos geralmente caem como moscas). Assim, se faz necessária a utilização de várias técnicas, como os diversos golpes e combos, a defesa (ou a repulsa, para quem domina o movimento) e a esquiva - além das magias, armas secundárias e armaduras especiais, que aparecem mais pra frente.



As magias são de dois tipos - a da luz, que faz os golpes recuperarem a energia do personagem, e a da treva, que aumenta os danos e o "stopping power" - e usam uma energia especial, fornecido pelos inimigos mortos (como no "Ninja Gaiden" moderno). As armas secundárias - olha uma característica tradicional de "Castlevania" - estão potentes: a faca, por exemplo, mata os inimigos menores com apenas um tiro (e olha que ainda existe a versão explosiva desta), e o cristal, com uma apresentação épica digna de um "summon" de "Final Fantasy", praticamente pulveriza todos os oponentes que estiverem na tela. Obviamente, essas armas são relativamente limitadas.

Todos esses recursos podem parecer até supérfluos nos combates comuns, mas são, geralmente, muito úteis contra os chefes de fases que não os titãs. Esses possuem ataques fortes e com certa dificuldade para serem desviados durante a dinâmica do combate, o que requer estratégias bem definidas e, muitas vezes, todo tipo de ajuda (aí que entram todas essas magias e armas secundárias), para o sucesso da missão. Com quatro níveis de dificuldade, há desafio para iniciados e até experts ("Castlevania" só não é um jogo casual; longe disso).



Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=0y8F0dQM1DI

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